Quinta-feira, 28 de Junho de 2007

Almoço dos bugios 2007 - mesa do velho da bugiada

( actualmente são cerca de 600 bugios)

 

Outrora o almoço dos bugios ( e dos mouros também) tinha outro significado que hoje não tem, servia para matar a fome de muitos. Tempos houve em que a fartura era pouca ou nenhuma e ir de bugio significava, além de matar a paixão, matar a fome.

Numa conversa de bugios ( e amantes da festa), em vésperas de S. João e a discutir sobre tradições, contou um afamado bugio a seguinte estória:

 

"Antes não eram assim tantos bugios, eram 40, 50 bugios, o meu pai conta que um ano que andavam de bugio e que chegaram ao tacho, o dono ao ver tantos bugios veio avisar o velho a dizer que a comida devia ser pouca. Ele atão puxou a bugiada, fe-los andar p'ra frente e p'ra trás, p'ra cima e p'ra baixo até os queimar, quando entraram po tacho iam queimadinhos de sede, encharcaram-se de refresco e vinho e assim a comida chegava sempre."

 

Andavam de bugio - vestidos de bugio

Tacho- almoço

puxou a bugiada - esforçou-os fisicamente, o velho vai à frente e " puxa" comanda a bugiada que o segue

Queimar/ queimadinhos - cansados, exaustos;


sinto-me: com fome
música: a dos talheres a bater na louça

publicado por estoriasdaminhaterra às 09:36
Tadinhos!! Isso já é tortura. LOL deixá-los lá comer à vontade :-)

Essa é a diferença entre a paixão dos sobradenses pela festa ( no caso pela bugiada) e a curiosidade de quem não é da terra. Os sobradenses encaram o " ir de bugio" aliado a um esforço fisico enorme ( devido ao calor, ás fardas de veludo, aos percursos realizados e á utilização da máscara) a uma paixão, um orgulho... a tortura do calor do cansaço, da sede ( muitas vezes) das dores musculares só se sentem dia 25... ;)

O blogue estoriasdaminhaterra recolhe estórias da tradição oral sobradense bem como factos da vida comum de uma pequena vila dos arredores do Porto...
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