Terça-feira, 24 de Julho de 2007

Sobrado é deveras uma terra rica, até mesmo um Visconde temos, embora de título comprado e não, como muitos dizem, de descendência real, ou vulgo, de sangue azul.

A estória de hoje é mais uma do Ti Zé espinheira, desta feita a propósito do Visconde de Paço.

 

(...)O Visconde de paço era um sobradense que veio do Brasil rico em mil oitocentos e tal e  comprou o título de Visconde. Fez aquela casa em paço, que tem o brasão do visconde. (...) Não era descendente do rei, mas quando morreu o duque de Bragança ainda cobriram o brasão com um pano preto, de luto. (...)

 



publicado por estoriasdaminhaterra às 15:05
Todos temos direito aos nossos sonhos...mesmo que eles sejam de tamanha grandeza. :-)
daplanicie a 25 de Julho de 2007 às 11:41

Então, que diferença faz?
Ainda estou como o outro "que legitimidade tem a transmissão de poder efectuada através do coito?"

Visonde sim senhor, vizinho dos meus antepassados, benfeitor da freguesia.
Marco a 25 de Julho de 2007 às 12:06

A diferença Marco é deixar escrita a verdade, e a verdade é que o título é comprado. Agora compram-se licenciaturas antes compravam-se títulos. O título não lhe dá menor ou maior grandiosidade, cada um é como é, mas é bom que se saibam estas coisas, até para que certos sobradenses tenham conhecimento da verdade e não escrevam " aldrabices" em motores de pesquisa como a wikipédia... aconselho-te a fazeres lá uma visitinha... A "estória" foi contada por quem conhecia bem a família, e era tida como uma pessoa idonea, a ideia nunca foi inferiorizar mas sim contar a verdade, e a verdade é que o nosso visconde de paço, ao contrário do que mutos dizem não era familiar do rei.

Para mim, é simples. Não sei do que falas, nem de quem falas quando te referes a repor a vedade. Quanto a mim, nem sequer sabia de onde provinha o brasão do Visconde, mas sei que era práctica comum esses títulos nobiliárquicos serem comprados.
Dexa-me contudo ressalvar que, para se ser Nobre não era preciso ser familiar do Rei, como é óbvio.
Marco a 26 de Julho de 2007 às 09:26

Agora já sabes de onde provém. Nunca disse que para se ser nobre era preciso ser familiar do rei, aliás disse exactamente o contrário um título nem acrescenta nem tira nada, cada um é como é. Também sei que eram normais essas " compras" principalmente quando a monarquia entrou em decadência no nosso país. O que me refiro a repor a verdade é que há gente que diz que o nosso visconde era familiar do rei blablabla e isso não é verdade. Era como se eu agora dissesse que sou familiar do Sócrates ( até nem me importava) ou do Cavaco Silva... Não tem nexo, o senhor visconde tinha a família dele ( que não era real) e "entrou" para a realeza com moeda cunhada... Entendes a diferença, não estou a dizer que não é visconde, apenas digo que não é familiar do rei. E a história que reconto, segundo as palavras do tio Zé Espinheira, não são valiosas por dizerem que o homem não era familiar do rei, são valiosas por retratarem uma realidade social , e isso, em meu entender deve ser dado a conhecer.
Antes de publicar esta história já previa que fosse gerar alguma polémica, a população quer muito acreditar em " contos de príncipes e princesas, e fadas e duendes", mas se não a publicasse não estava a ser séria comigo mesma. As estorias da minha terra não são só caricatas, são as percepções de uma povoação face ao mundo, e os relatos de acontecimentos passados, quer gostemos ou não.

Bem... como vou ser professor titular... tenho que escolher um título, para que os "simplesmentes reles professores" saibam como devem dirigir-me a palavra... qdo me apercebi que o de Visconde, apenas queria dizer "Enriquecido Recentemente", vou escolher esse... a ver se enriqueço desta feita!


Bom post, Fábia! ***
tsiwari a 27 de Julho de 2007 às 02:07

Olá! Parabéns ao mui nobre enriquecido recentemente, professor titular, cumprimentos cordiais da reles professora ;) A polémica que está a dar o " enriquecido recentemente"- visconde já quase que dava para um debate... Saudações, Fábia

P.S. para se ser nobre era preciso ter dinheiro. Hoje em dia a coisa mudou um pouco de figura, o nobre de nobreza entrou em decadência ( olha a casa do visconde que infelizmente retrata essa triste sina) e a palavra nobre ganhou outro significado, a nobreza pessoal, a nobreza de ideais e princípios . Não se compram nem se vendem, ou se têm ou não se têm. Muito mais simples.

Não compreendeste.
O que disse é que, mesmo para os Nobres de linhagem, não é obrigatório ser familiar do rei...
Marco a 26 de Julho de 2007 às 20:36

Ok cá vamos nós outra vez, eu também não disse que tinha de ser da mesma família, só disse que ao contrário do que se diz por sobrado ( que ele ainda era da família do rei) o senhor tinha lá a família dele que não era a mesma do rei. É apenas e unicamente essa diferença eu NÃO disse que ele Não era Visconde só por ter título comprado, eu NÃO disse que ele não era nobre e finalmente eu NÃO disse que tinha de ser familiar do rei para ser nobre! Resumindo eu apenas transcrevi uma conversa com vinte anos em que se diz que o nosso visconde era um retornado rico do Brasil que chegado à terrinha comprou um título de nobre e construiu o palacete que ainda hoje existe, apenas e só. Bolas o português é mesmo uma língua complicada e com mais sentidos do que se pensa.

Em rápida pesquisa descobri de onde vem o título - foi-lhe concedido por D. Luís em 1879.
Descobri em www.museu-emigrantes.org que "prestou relevantes actos de beneficência aos portugueses desvalidos residentes no Rio de Janeiro e concedeu valiosas dádivas ao asilo de D. Maria Pia, do Porto".
Se calhar, o título até não foi comprado... Mas, não te irrites, que não vale a pena. Eu é que sou muito mau no uso da nossa língua.
Marco a 27 de Julho de 2007 às 09:44

Eu não me irrito, só acho que estás a levantar problemas onde não existem, o que escrevi, não vejo onde possa ferir susceptibilidades, a não ser que seja monárquico... Mas pronto, ao menos o post serviu para ires pesquisar e alargar horizontes... Quanto ao título comprado, conjecturas tu, que poderá não ter sido comprado, mas também poderá ter sido... Há muitas maneiras de comprar , as valiosas dádivas podem ser uma delas, mas pronto, eu não vi, não era nascida ( julgo que tu também não!) restam-nos então as conjecturas , os suponhamos e as palavras de quem conheceu quem vivia na altura... nada mais .

O blogue estoriasdaminhaterra recolhe estórias da tradição oral sobradense bem como factos da vida comum de uma pequena vila dos arredores do Porto...
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