Segunda-feira, 23 de Abril de 2007

Sobrado, para quem não sabe é terra de ciclistas. Profissionais ( dois deles até ganharam a volta a Portugal em bicicleta - Joaquim Leão e Nuno Ribeiro), e  amadores, é da categoria dos amadores que conto a estória de hoje.

O Serafim era um apaixonado pelas bicicletas, e protagonizou algumas das estórias mais caricatas de sobradenses versus bicicletas. Esta é uma delas.

Vindo ele a descer a serra de Valongo a roda da frente da bicicleta saiu do eixo. Fosse outro ciclista menos experiente ter-se-ia espetado, mas o 'Fim não, num acto heroico equilibrou-se apenas na roda de tràs, mantendo-se ainda a par da roda fugitiva.

Desceu a serra toda nestes preparos, até que em frente ao Peixoto, a roda fugitiva deu de si e aproximou-se mais da bicicleta, num eximio gesto o 'Fim, desloca o manipulo um pouco para a esquerda e encaixa novamente a roda no devido lugar, pedalando então tranquilamente até ao bairro da CIFA.



publicado por estoriasdaminhaterra às 10:08

Mais uma estória contada pelo meu avô. Ele diz que se contava na terra mas que não era de pessoas da terra, não interressa porque eu faço de conta que é, até porque podia muito bem ter acontecido em Sobrado.

Na altura das sementeiras ( ou seja por este tempo) haviam dois lavradores, de iguais posses mas de diferentes modos. Modos de tratamento aos funcionários entenda-se. Enquanto um dos lavradores oferecia lautos petiscos aos trabalhadores, o outro era bastante peco na alimentação fornecida aos  trabalhadores.

Ora acontece que, certo dia , andando os trabalhadores de ambas as casas lá para os lados da agra a meter leiva em campos contíguos, chega a hora do almoço ( 9 h e 30 minutos da manhã).

Aparecem então as flhas dos respectivos lavradores, cada uma com a sua cesta enfeitada de flores, trazendo no interior o almejado repasto. Apesar da decoração ser parecida o repasto não era. Enquanto uns trabalhadores comiam a bom comer, os outros faziam que comiam.

Recomeçada a lide, os que tinham enchido a pança trabalhavam a " bom trabalhar", enquanto os outros " faziam de conta que metiam leiva.

Chega o lavrador peco e ao ver a figura dos trabalhadores pergunta-lhes:

- atão carago que diacho vem a ser isto? Não meteis leiva?

Ao que os trabalhadores calmante respondem:

- Vedes aqueles ali como trabalham? Há pouco também comeram, nós fizemos que comemos logo...



publicado por estoriasdaminhaterra às 09:53

Esta estória conta o meu avô sempre que se fala da idade do cão lá de casa ou da idade de outro animal qualquer. È uma lenga lenga ( acho eu), ideal para quem não é muito bom aluno a matemática mas tem pretensões de vir a ser. Exercita o calculo mental e faz-nos viajar pela sabedoria popular, aqui vai:

 

A idade de uma sibana* ( perdoem-me os entendidos se escrevo mal , mas nunca vi nenhuma e o meu avô também não sabia como se escrevia, deduzi que fosse assim)

Uma sibana são três anos

Um cão são três sibanas

Um burro são três cães

Um homem são  três burros

Um elefante são três homens 

Agora é fazer as contas...

 

* Sibana: utensílio usado nos carros de bois dos lavradores. Os três anos referêm-se à durabilidade da mesma.



publicado por estoriasdaminhaterra às 09:41
O blogue estoriasdaminhaterra recolhe estórias da tradição oral sobradense bem como factos da vida comum de uma pequena vila dos arredores do Porto...
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