Quinta-feira, 03 de Maio de 2007

Bem agora que já fiz o bonito ( ou borrei a pintura nem sei bem) já posso continuar alegremente com o meu hobbie, que é contar as mais belas estórias de Sobrado.

A estória " Oh manel toca os bois" é mais uma pérola das estórias Sobradenses, e conta mais uma vez com a participação de personagens reincidentes. Os Cachopas.

Estando na altura das regas, o Manel, filho mais novo encontrava-se no engenho a tocar o bois, enquanto o pai, andava na cortinha a conduzir a água através de um rego.

A rega corria às mil maravilhas quando "sem mais nem quando" , a água deixou de correr no rego. O pai, atento às lides, e pensando que o filho se tivesse distraído grita-lhe:

- Oh manel toca os bois rapaz!

- Os bois estão a andar senhor meu pai!

- Que diacho! retorquiu o lavrador, enquanto subia o rego tentando descobrir o problema.

E bem grande era o problema. Um enorme peixe ( um irogo) tinha sido puxado com a bomba , e vinha rego a baixo a nadar , só que de tão grande que era com o rabo deitava a água toda fora do rego.



publicado por estoriasdaminhaterra às 14:43

Eu sei que deveria ter comecado por dizer onde é Sobrado e como é Sobrado. Não o fiz, confesso não me lembrei porque estava muito entusiasmada com as estórias da terra e esqueci-me da principal estória, a de Sobrado.

Vou tentar redimir-me agora.

Ao contrário do que o professor José Hermano Saraiva referiu no programa " A alma e a gente", a toponímia( http://pt.wikipedia.org/wiki/Nome_de_locais)de Sobrado não deriva de uma casa asobradada, ou seja de dois pisos. Mas sim, ao que parece do latim suberatus (? não sei se será assim que se escreve), no sentido de souto de sobreiros.

Sobrado, ou Santo André de Sobrado, pertence ao concelho de Valongo, tendo, 19,40 km² de área e 6 682 habitantes (2001).Em 12 de Junho de 2001, deixou de ser aldeia para passar a ser vila. Não sei se para melhor se para pior.

A imagem de marca é, sem duvida a Festa da bugiada, que se realiza anualmente no dia 24 de Junho. ( mais informações ver blogue http://bugiosemourisqueiros.blogspot.com/)

Não posso deixar de referir também a ponte românica sobre o rio Ferreira ( que atravessa a vila),a igreja matriz ( de talha barroca), a fonte da casa paroquial ( actualmente quase coberta de silvas) e a casa de Paço ( num estado lastimável).

Embora pouco ou nada divulgada foi a participação de Sobrado, como ponto estratégico, na guerra civil de 1832, protagonizada por liberais e miguelistas ( Ver o site www.avozdeermesinde.com , pesquisar " As lutas liberais no concelho de Valongo"), merece destaque.

Sobrado, a maior freguesia do concelho em termos dimensionais, está inserida num vasto vale de boas pastagens ( que estão na sua maioria ao abandono). Em Sobrado, apesar da sua notória evolução ainda se conserva alguma ruralidade, o que faz com que ( a meu ver) seja uma das mais pitorescas terras do concelho).

Mas o que torna  Sobrado uma terra deveras excepcional são as suas gentes, protagonistas de muitas estórias caricatas e protagonistas da verdadeira estória de Sobrado.

 

Bibliografia

www.wikipédia.com

http://bugiosemourisqueiros.blogspot.com

www.avozdeermesinde.com

www.cmvalongo.net

http://www.eb1-campelo-1.rcts.pt/lendas.htm



publicado por estoriasdaminhaterra às 11:50

 

Já ouvi por aí dizer que ando muito mística, bem se calhar não sou eu a mística mas sim Sobrado... Ou melhor dizendo os habitantes de Sobrado.

Existem diversas estórias ligadas à bruxaria, ás bruxas (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bruxas) , fazem parte do nosso imaginário e da nossa cultura. Ora como já referi, Sobrado também as tinha, ou tem... Esta é mais uma estória das que se contam à lareira...

O Zé, como já disse era atreito às bruxas, ou elas a ele, não sei depende do ponto de vista.

Ele andava desconfiado de quem seriam as tais bruxas, que lua alta, cantavam e lavavam roupa na pesqueira , batendo freneticamente com a dita nas lousas.

Vindo um dia de um serão cruzou-se com duas que suspeitava serem " bruxas". A lua estava cheia, portanto havia luz suficiente para projectar sombras no chão.

O Zé que vinha com uma vara, e conhecedor das fraquezas das ditas, ao cruzar-se com elas, e cumprimentando-as coloca a vara sobre a sombra de uma. Maldição não podiam mais andar.

Elas lá foram metendo conversa, falando do tempo, da lavoura mas passado algum tempo a conversa estava esgotada.

E a vara a pisar a sombra.

- Bem Zé, está tarde vamos indo então.

- ide lá! - respondia o Zé...

Mas elas não iam.

Estiveram nisto ainda um tempito, até que a que estava presa, e em desespero de causa vira-se para o carcereiro e diz:

- O zé nós até iamos, mas sabes como é tens que soltar a sombra. Levanta a vara.

- Pois, pois.- retorquiu o Zé enquanto levantava a vara e se ria por dentro.

- Ide lá então, e desculpai qualquer coisinha sim!

 

 



publicado por estoriasdaminhaterra às 10:08
O blogue estoriasdaminhaterra recolhe estórias da tradição oral sobradense bem como factos da vida comum de uma pequena vila dos arredores do Porto...
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