Esta veio à baila em mais uma reunião familiar. Já não me lembrava dela, foi-me recontada e agora cabe-me a mim re-recontá-la aos leitores.
Na ponte românica de St. André constou-se que aparecia um passarinho raro, de nome Bisnau, durante a noite, no penado do moinho. Cantava que era uma delicia ouvir e tinha umas penas que ofuscavam de tão belas que eram.
Um dos rapazotes de Sobrado ao ouvir o relato do Passarinho Bisnau, ficou entusisamado com a ideia de o capturar. Um dos anciãos da terra, ao ver o moço tão entusiasmado também não se deu por achado, disponibilizando-se para o ajudar a apanhar.
Assim em dia e hora por eles marcados, lá se encontraram na ponte, indo o mais jovem pelo rio com um saco de serapilheira, e o mais velho pela ponte, alegadamente, para " enxutar" o pássaro em direcção ao saco.
Começa o velho:
- Já o vês? Eu vou tocá-lo.
- Eu já o ouço mas ainda não o vejo. Responde o rapaz.
- Vou tocá-lo outra vez. - Informa o velho, pegando num balde de água choca previamente preparado e atirando-o ao rapaz ao mesmo tempo que gritava " Ele aí vai!", fugindo de seguida, enquanto o rapaz se apercebia finalmente do logro em que caíra.
Ao que consta era comum dirigirem-se depois ao rapaz pergutando-lhe em jeito de gozo:
- Então fulano, deixaste fugir o passarinho!?