As reuniões familiares sempre são boas fontes de recurso " estórico". Descobrem-se muitas coisas, inclusive que a igreja matriz, num dia mais ou menos longínquo, abanou.
Era costume, segundo se conta, rezar-se o terço ao domingo à tarde na igreja. Eram terços demorados e penosos para quem tinha ainda menos de dez anos, e o sol e as brincadeiras chamavam com uma voz incessante,voz, que normalmente só sentimos na infância.
A única coisa boa do terço de Domingo era, o tempo antes do terço. Em que as crianças corriam á volta da igreja ( no adro), dando assim asas às suas brincadeiras.
Ora numa dessas brincadeiras a coisa deu para o torto, uma das crianças tropeçou e bateu com a cabeça na esquina da igreja, fazendo um golpe na testa. Apesar de ensanguentar todos os lenços dos fieís , assistiu com especial devoção ao terço. Só ao chegar a casa foi, de bicicleta com o pai ao hospital de Valongo.
Mas o que tornaria a estória peculiar foram os comentários posteriores de um dos fieis, ao pai da criança.
- Oh fulano a tua Ana Maria deu cá um tombo na igreja, que eu estava lá dentro e até senti a igreja a abanar, abanou mesmo...
Consta-se que nunca mais abanou daquela forma a igreja de Sobrado.