Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2008

Não sei se o tempo que tem feito por estas bandas é fruto das alterações climatéricas ou não, mas á conta dele chegou-me aos ouvidos a seguinte lengalenga que se dizia por terras sobradenses.

 

A chover e a fazer sol,

Rouxinol está no ninho

a fazer o seu caldinho

para ele e para a mulher

para os filhinhos que tiver

 

Ora não me perguntem o porquê de se dizer isto ( não sei e quem mo disse também não sabia) mas se este parece estranho, o seguinte dito não lhe fica atrás. Dizia-se por Sobrado que quando chovia e fazia sol ao mesmo tempo eram " as bruxas a lavar-se", vá se lá saber porquê...

E esta hein!?


música: ping ping
sinto-me: fartinha de chuva

publicado por estoriasdaminhaterra às 21:16
Sexta-feira, 11 de Janeiro de 2008

Nem só de estórias se fazem as gentes de Sobrado, há dias entre os papeis amontoados na minha secretária encontrei uma folha com algumas quadras, o título aparecia sublinhado e a letra era bem desenhada. Os erros ortográficos e o punho tremido de quem o escreveu não lhe tiraram a beleza, pelo contrário acrescentaram autenticidade.

As quadras que se seguem são escritas por um sobradense de 80 anos, que apenas andou sete meses na escola, mas que não se deixou vencer pelo precoce cortar de asas, aprendeu a ler e a escrever por sua conta e como o próprio diz " bem ou mal lá vou fazendo os meus gatafunhos!".

 

As quatro estações

 

As quatro estações do ano

Quando começam a aparecer

começa-se a semear

para mais tarde colher

 

Entramos na primavera

a juventude do ano

dêmos passos bem firmes

e não passos de engano

 

Nesta quadra do ano

começa-se a semear

mas até à colheita

muito temos de esperar

 

Entramos noutra quadra

pois entramos no verão

tempo de muito calor

é o mês do s. joão

 

As sementeiras estão feitas

tudo está a crescer

com o passar do tempo

Tudo vai amadurecer

 

Quando vier o setembro

vemos o verão terminar

tempo de sol tão quente

que custa aguentar

 

Entramos em Setembro

tempo das colheitas

chegando a S. Miguel

ficam todas feitas

 

Caminhamos para outra quadra

é o Outono que aí vem

até a idade da nossa vida

não perdoa a ninguém

 

O Outono entrega ao Inverno

O Inverno tudo aceita

O Outono contente

por ter tido uma boa colheita

 

O Inverno coitado

O que há-de fazer

Nem semeia em colhe

Como há-de colher

 

No Inverno, tempo de frio

Não semeia nem colhe

 fica tudo vazio

 

Não me quero alongar

Dou esta por terminado

a toda esta gente

eu digo, muito obrigado

 

António Pinto

 



publicado por estoriasdaminhaterra às 12:21
Quinta-feira, 03 de Janeiro de 2008

Os leitores mais assíduos terão com certeza estranhado a ausência de actualizações no blog, de vez em quando é preciso parar, pensar, reorganizar para depois recomeçar, foi isso que aconteceu ( misturado também com alguma falta de tempo e de inspiração). Regresso no novo ano abastecida de estórias e novas aventuras " made in Sobrado".

E para começar o novo ano nada melhor que alguns ditos e ditotes que se dizem por estas bandas a propósito de Janeiro.

Diz o povo sobre Janeiro:

 

Em Janeiro salto de carneiro;

Calça branca em Janeiro ou é muito luxo ou pouco dinheiro...



publicado por estoriasdaminhaterra às 15:59
O blogue estoriasdaminhaterra recolhe estórias da tradição oral sobradense bem como factos da vida comum de uma pequena vila dos arredores do Porto...
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