Terça-feira, 17 de Julho de 2007

Quem entra em Sobrado é logo confrontado com um  verdejante vale, rico em água, em árvores e em cultivo agrícola ( este último já foi mais rico do que é hoje). Os pomares e as árvores de fruto nos quintais contíguos às casas também são uma constante. É sobre uma dessas árvores que surge a estória de hoje - a pereira.

Havia um lavrador no lugar de Ferreira conhecido por ser amante de pregar partidas. Naquele tempo a fartura por muitas casas sobradenses era pouca ou nenhuma pelo que, era comum a malta mais jovem tentar colmatar essa falta de substância provando do que a natureza dava ( fruta) no quintal dos mais abastados.

Era comum os donos montarem guarda às hortas na esperança de dissuadirem estes " melros". Por vezes, faziam-lhes verdadeiras "caçadas" por esses baldios e cortinhas. O Ti' Tone , cabo de ordens, não era desses. Gostava mais de pregar partidas aos infractores. Assim durante o dia colocava meticulosamente pedras nos canos da pereira lá de casa, esperando depois, durante a noite o invasor. E era um mimo ver os " artistas" a abanar a pereira na esperança de que lhes caíssem algumas pêras cheirosas e fugirem a sete pés quando em vez de pêras lhes caíam pedras da calçada duras e sem qualquer tipo de substância a não ser algum galo na cabeça.

O dono obviamente apreciava a cena enquanto se ria dos desgraçados e das duras "pêras" que a sua pereira dava aos " gatunos".


tags:
música: são pedras meus senhores
sinto-me: autch calhau

publicado por estoriasdaminhaterra às 12:16
O blogue estoriasdaminhaterra recolhe estórias da tradição oral sobradense bem como factos da vida comum de uma pequena vila dos arredores do Porto...
Dezembro 2010
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
14
15
16
17
18

19
20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30
31


estorias frescas
pesquisar neste blog
 
blogs SAPO