Segunda-feira, 18 de Agosto de 2008

Com o passar do tempo as "mezinhas" populares tendem a cair cada vez mais em desuso e em esquecimento. Longe vão os tempos em que se curavam feridas e maleitas com teias de aranha, açúcar loiro, aguardente, petróleo e chás de ervas. Os tempos mudam e as sabedorias antigas passam a ser isso mesmo, antigas e sem lugar nos dias actuais.

A estória de hoje relata uma maneira muito particular destas interpretações e aplicações da sabedoria popular...

A bricolage ( que em sobradense corresponde a biscates ou biscatada ou muito simplesmente berbicachos) sempre foi um entretenimento masculino de fim de semana, uma maneira de mostrarem a sua versatilidade e habilidade manual sempre que uma porta emperra ou um ano se fura.

Estando num desses sábados um sobradense ( também ele já recorrente nestas estórias) a fazer uso do martelo, distraiu-se e errou o alvo acertando em cheio no dedo. Grande porra. Mira o dedo e lembra as mezinhas populares. Solução. Aguardente para a cabeça do dedo. O ajudante vai buscar e entrega a garrafa ao enfermo que, para espanto de quem assistiu, mete o gargalo á boca emborcando três ou quatro goles. Curiosos interpelam-no:

- Então não era para deitares a aguardente no dedo?

- E então ela por onde foi também vai lá ter!

Remédios caseiros, com interpretações e posologias caseiras é o que é.


música: marteladas certeiras
sinto-me: Remédio tóxico

publicado por estoriasdaminhaterra às 15:35
O blogue estoriasdaminhaterra recolhe estórias da tradição oral sobradense bem como factos da vida comum de uma pequena vila dos arredores do Porto...
Dezembro 2010
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1
2
3
4

5
6
7
8
9
10
11

12
14
15
16
17
18

19
20
21
22
23
24
25

26
27
28
29
30
31


estorias frescas
pesquisar neste blog
 
blogs SAPO