Quarta-feira, 22 de Setembro de 2010

Há três coisas que marcam a vida de uma pessoa, o nascimento, o casamento e o funeral. Umas mais que outras, mas todas três são marcos importantes na vida de um ser.

A estória que relato, verídica, é da segunda marca de vida de um antigo habitante da aldeia de Ferreira. Era um " panão", diz quem conta. Mas arranjaram-lhe casamento.

Os amigos ( da onça) fizeram-no crer que uma moça de Sobrado de cima havia aceitado casar com ele. O galaró envaideceu-se. Moça de "teres e haveres" haveria de ser "bô" negócio para a família. Mais uma vez os amigos ,dispuseram-se a tratar de tudo e marcaram a data para um desses dias do fim de Setembro, pela noitinha para fazer render o dia de trabalho.

 

Tudo a postos veio a noiva, toda cheia de não me toques ,de veú na benta, fazer o matrimónio. Ai que regabofe havia de ser quando a moça viesse cá para casa...

 

Ora diz-se por aí que antigamente o casamento era realizado mas nem sempre a noiva seguia para casa do noivo, acabando por ir muitas vezes dentro de dias ou semanas conforme lhe conviesse. Foi o que aconteceu.

 

No Domingo seguinte á saída da missa a irmã do noivo,jubilosa com a nova cunhada, mete a mão no braço da moçoila e alegremente diz-lhe " Anda cá mais nós, tu agora és nossa!"

A rapariga, a leste do  desfez ali o mal entendido acabando por descobrir a marosca.

O que foi o que não foi, foram os amigos do fidalgo que lhe pregaram a partida, um vestiu-se de noiva, outro de padre e fizeram o casório. Foi o primeiro e último ( até á data) casamento gay em Sobrado.


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publicado por estoriasdaminhaterra às 13:53
O blogue estoriasdaminhaterra recolhe estórias da tradição oral sobradense bem como factos da vida comum de uma pequena vila dos arredores do Porto...
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