Domingo, 21 de Dezembro de 2008

Ultimamente tenho andado muito envolvida em temáticas circenses, daí que nesta quadra natalícia ( em parece que os circos nascem como cogumelos em encostas húmidas) me tenha empenhado na recolha de estórias das minhas gentes, que estivessem ligadas ao circo.

 

Comecei pelas minhas recordações mas rapidamente constatei que não eram dignas de registo pelo que parti em buscas mais alargadas. O resultado não foi dos mais frutíferos mas mesmo assim ainda encontrei uma digna de registo nas estorias da minha terra.

 

Portanto " senhoras e senhores meninos e meninas tenho a honra de vos apresentar o fantástico, o esplendoroso, o magnifico   burro que sabe contar acenando com a cabeça!".

 

E agora que fiz uma apresentação digna do tema na qual a estória se insere cá vai ela mais ou menos como me foi contada.

 

- Eh pah vocês lembram-se quando cá vinha o circo?

- Ainda vem... Ainda estiveram cá á pouco tempo...

- Oh mas não é como o de antigamente... Esse é que era...

- Eu tenho uma estória do antigamente no circo engraçada. Aliás a partir dessa ida ao circo passei a encará-lo com outra seriedade... ( risos do interlocutor que deixa os receptores aparvalhados sem perceber o motivo de tanta risota )

- Pára de te rir e conta lá. a gente também se quer rir...

- É que uma vez, quando era nova, fui com a minha irmã ao circo. Ia assim um bocado para o contrariada que nunca gostei muito de palhaçadas mas pronto, ela não se calava e lá fomos. Entramos, sentamo-nos e começou o espectáculo. Do que se passou antes e depois do número dos burros não me lembro, mas aquele número marcou-me para a vida. Entraram dois burritos na arena, muito catitas e o respectivo domador. Enquanto o domador colocava os animais em posição, o apresentador ía explicando o que se sucederia. Os animais, através da indicação do domador contariam acenando com a cabeça o número que este lhes indica-se. Começa a actuação, público expectante, um, dois, três, brilhante, euforia total na plateia. Novo, número, mais difícil, um, dois, olho para o lado e qual não é o meu espanto que a minha irmã mais velha também acenava juntamente com os burros, três, quatro, cinco... Não me segurei, deu-me tamanha vontade de rir e aplaudir que ainda hoje não consigo conceber o circo sem o número dos burros ( animais e humanos).

 


tags:
sinto-me: embuída do esp. circense/natal
música: banda circense

publicado por estoriasdaminhaterra às 23:22
O blogue estoriasdaminhaterra recolhe estórias da tradição oral sobradense bem como factos da vida comum de uma pequena vila dos arredores do Porto...
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