As tertúlias familiares são sempre boas fontes de estórias. Como bons portugueses que somos a " coisa" começa sempre á mesa entre garfadas e boas gargalhadas. Falasse de tudo mas o rumo da conversa é sempre o mesmo, os costumes, as estórias e as aventuras sobradenses. O meu avô gere a conversa e vai abrindo o seu album de memórias enquanto os ouvintes o ouvem atentos e se riem das suas rocambolescas estórias.
São estes encontros familiares e a minha curiosidade que vão dando " combustivel " ao blogue, que o meu avô carinhosamente chama " as nossas estórias lá da intranet" e que também vai alimentando semanalmente.
Hoje a estória não fala de aventuras mas sim de hábitos rurais, retrata uma sociedade antiga e os seus costumes, que emtretanto se vão perdendo nos caminhos da história.
Conta o meu avô, a propósito dos incêndios, que antigamente os montes não estavam assim cheios de mato. Quem não tinha terras, tratava de se levantar cedinho e ir ao monte ( nem sempre perto) ao mato para o gado, os montes estavam sempre limpos pelo que arranjar mato não era uma tarefa fácil.
Dizia ele que, não raras vezes se levantava ( garoto ainda) com o pai, de madrugada para ir ao mato. Saiam ainda noite escura, com uma ténue candeia a alumiar o carreiro. Chegados ao local, noite escura ainda muitas das vezes, tratavam de fazer uma fogueira e esperar que amanhecesse para começar a trabalhar.
Se fosse hoje, rematava ele tinhamos cometido não sei quantos crimes, mas antigamente a regra era essa, pouca fartura na panela e muito trabalhinho no lombo.