O ritual da matança do porco ainda se usa por terras sobradenses. Escolhe-se um dia de preferência frio e tratasse de limpar o sebo ao bicho. O dia seguinte, por norma é dia de repasto. Papas de serrabulho. Consiste " essencialmente" numa " malga" de papas temperadas com cominhos, seguidas do picado ( sangue, figado e bucho do porco) acompanhado com arroz, terminando com rojões. Tudo isto, claro está, regado com bom vinho e muita alegria.
A estória de hoje relata o final do dia de uma matança e o modo singelo como se aviaram umas poucas de feveras ao defunto porco.
Terminadas as lides da matança ( já noite dentro) o ratinho começava a roer o estomago do matador. O patrão sabedor do apetite do homem diz á mulher para fritar umas feveras para o matador, e encaminha-o para a cozinha.
A mulher começa a fritar as feveras e o matador a comer e a beber. A mulher frita ele come, frita come, frita come... até já não mais haverem feveras do porquinho.
Resultado o matador " aviou" as feveras do porco todas. Claro está que logo foi motivo de chacota na terra, era comum lhe perguntarem " Então fulano, foste matar o porco e comeste as feveras todas!?", ao que ele pausadamente respondia, disfarçando um sorriso cumplice, " A mulher não as parava de fritar...".
É caso para dizer mais vale manter um burro a pão de ló...